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sábado, 13 de outubro de 2007

Última paciente viva de Freud diz que ele a "salvou" com apenas uma consulta

A notícia é meio fuleira, mas vale a pena saber dos bambambam. A mulher nunca foi, na verdade, paciente de Freud, mas ficou na história. Quer dizer, fizeram ela ficar.
Cristina Gawlas Viena, 10 out (EFE).- Apenas uma consulta de 45 minutos com o "pai da psicanálise" em 1936 bastou para "salvar" a última paciente conhecida ainda viva de Sigmund Freud, a vienense Margarethe Lutz, de 89 anos.
Segundo revelou à Agência Efe, ela sente "uma grande gratidão" por Freud, embora ele não tenha submetido a paciente a um tratamento de psicanálise propriamente dito: mantiveram apenas uma conversa.
Essa única consulta com Freud deixou uma lembrança inesquecível na então jovem de 18 anos, que morava com o pai e a madrasta, já que a mãe dela tinha morrido no parto.
"Freud me fez compreender que a família e uma educação rigorosa não são as únicas (coisas) que decidem, e que há outras possibilidades", afirmou a idosa.
Margarethe disse que o psiquiatra foi muito compreensivo com ela, na época uma jovem sem experiência que se sentia sozinha e que seguiu os conselhos do famoso doutor.
A octogenária afirma que buscava na ópera uma forma de fugir da realidade. Ela fingia interpretar grandes peças, como "Tristão e Isolda", para superar o isolamento imposto pelo pai.
Um dia, os operários que trabalhavam para o pai, dono de uma fábrica, a viram vestida como uma cantora da ópera de Richard Wagner e cantando. Eles ficaram escandalizados, contaram o fato para o pai da jovem e a chamaram de "louca".
O pai de Margarethe resolveu consultar o médico da família. O doutor disse que a jovem não sofria de nenhuma doença física, mas sim da "alma".
O doutor marcou uma consulta com um "médico de muito boa fama, mas muito caro", Freud, que já era famoso na época, mas de quem pai e filha nunca tinham ouvido falar. Margarethe não compreendeu então a importância histórica do encontro.
A paciente de Freud conta que o pai estava sempre ocupado e era muito rígido. Além disso, proibia o contato com jovens da mesma idade e a mantinha isolada, para evitar que conhecesse algum rapaz.
"Ninguém falava comigo", afirma Margarethe.
Aos 89 anos e viúva há 17, ela continua fazendo esculturas e pintando. O último trabalho dela é um retrato em relevo da ganhadora do prêmio Nobel da Paz Bertha Von Suttner, que ficará pendurado nas paredes da casa em Viena onde passou a maior parte da vida.
Além disso, ela costuma visitar as duas filhas do casamento de 35 anos. Uma vive na Califórnia (Estados Unidos) e a outra em Israel.
Da consulta com Freud há 71 anos, ela se lembra do famoso divã coberto com um tapete persa no consultório - apesar de não ter chegado a se deitar nele - e de prateleiras cheias de livros e objetos de escavações arqueológicas, que o psicanalista colecionava.
Freud começou a fazer perguntas da vida da jovem e o pai de Margarethe resolveu respondê-las pela filha.
O "pai da psicanálise" pediu que ele o deixasse a sós com a filha, algo que o industrial aceitou, embora contrariado.
Uma vez a sós com Freud, Margarethe disse que tirava notas baixas no colégio, gostava de interpretar peças dramáticas e que o pai a levava ao cinema, mas a obrigava a sair da sala quando eram exibidas cenas amorosas.
Margarethe disse que achou Freud simplesmente "um homem velho" e não voltou ao consultório na rua de Berggasse (Viena) até o ano passado, apesar do local já não ser mais o mesmo.
O semanário "Profil" - que descobriu a única paciente viva - lembrou que o "pai da psicanálise" estava com câncer na boca desde 1923, o que obrigou a se submeter a várias operações dolorosas.
Na época já tinha publicado suas principais obras, como "Três ensaios para uma teoria sexual", "A interpretação dos sonhos" e "Totem e tabu", entre outras.
Freud recomendou que da próxima vez que fosse ao cinema continuasse sentada quando um casal se beijasse na tela. Além disso, aconselhou Margarethe a fazer esportes, ir a bailes e a ter contato com jovens da idade dela.
Como o industrial respeitava as opiniões de médicos, em particular a de Freud, aceitou os conselhos para a filha, que foram corretos. Margarethe chegou a se emancipar, conheceu o futuro marido e se casou aos 20 anos, em 1938.
Além disso, ela nunca precisou de psicanálise nem de psicoterapia. Margarethe também não leu os livros de Freud, um gênio que, perante a pressão dos nazistas e por ser judeu, foi obrigado a se exilar logo em seguida na Inglaterra, onde morreria dois anos depois.

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